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Quando o impossível acontece


Isso não aconteceu comigo, é a história de um site q eu achei legal, deem uma olhada...


"Eu morava num prédio da Praia de Icaraí e acabei fazendo amizade com um garoto  chamado fabrício, que era um pouco mais velho que eu. Nós líamos as mesmas revistas e acabamos trocando alguns livros de arte. Ficamos muito amigos. O Fabrício era um cara engraçado, mas muitas vezes eu o vi arriscando a vida. Andava com uma motocicleta tipo CG feito louco. Parecia até entregador de pizza. Uma vez ele atravessou a Gavião Peixoto de uma só roda, por sorte era bem de madruga e nada aconteceu.



Outras vezes, ele ficava do lado de fora da varanda , brincando de se sacolejar numa grade de alumínio do alto do oitavo andar. Uma brincadeira tão perigosa e estúpida que eu liguei pra mãe dele diversas vezes para comunicar o comportamento maluco do garoto.
Um dia, estávamos no playground contando casos de fantasmas para as crianças mais novas, nosso divertido e macabro passatempo. Para acentuar o clima de medo, contávamos no escuro apenas com uma vela acesa.Neste dia, Fabrício me perguntou se eu acreditava em vida após a morte. Claro que respondi afirmativamente, até porque convinha, na frente de tamanha platéia.Foi quando ele me propôs um estranho pacto. O primeiro de nós dois que morresse, apareceria para o outro.


Selamos o pacto com um forte aperto de mão, em meio aos olhos esbugalhados dos pequenos.
Passado exatamente duas semanas, eu soube através de uma amiga em comum que Fabrício havia morrido.Um caminhão passou por cima dele, quando ele não parou num cruzamento.Nem pude ir ao velório. Eu estava viajando naquela semana. Meus amigos que foram, contaram que o velório não pode ser com o caixão aberto, pois ele teve que ser retirado com uma pá de dentro dos destroços. Fabrício, o inconseqüente, virou carne moída. Coisa triste.Naquela noite eu não dormi. Eu sentia pena do garoto. Mas também sentia medo. Medo dele resolver cumprir o pacto. Medo dele aparecer – e pior, aparecer no estado em que se encontrava agora. Meus sonhos eram agitados por criaturas cambaleantes na escuridão. Eu acordava de uma em uma hora. As noites ficaram terrívelmente mais longas.
O tempo passou e lentamente fui perdendo aquele medo, aquele receio. Esqueci completamente o assunto e “Fabrício” era apenas mais um dos nomes da minha infância. Estranho como a gente é capaz de esquecer rápido.Entrei na faculdade. Eu estudava Psicologia à noite e não raro, voltava para casa depois da meia-noite.Nesta época o ônibus me deixava em frente ao ponto Jovem e eu tinha que ir andando pela calçada da reitoria da Uff até o prédio. Mas para chegar nele eu percorria um caminho comprido do paredão do IPC ( um clube) e este caminho era meio escuro. Eu temia assaltos, e então andava bem apressado.Uma noite, voltando da Faculdade, eu estava passando justamente em frente ao IPC, quando notei que uma pessoa vinha na minha direção. Só percebi quando ela estava bem em cima de mim, quase passando ao meu lado.Olhei e era o Fabrício. Ele estava todo de branco, com um sorriso estranho, meio insano estampado no rosto. Aquela mesma cara que ele fazia quando se pendurava do lado de fora da varanda. Não falou nada. Apenas olhava pra mim.Eu passei por ele e andei mais uns três metros. Em silêncio. É engraçado como o cérebro cria uma série de mecanismos para não se descontrolar. Eu pensei: “Nossa que cara igual o Fabrício”. “Será que é o Fabrício? Calmaí. O Fabrício morreu…”Comecei a me lembrar dele e por uma fração de segundo, me veio a mente o nosso pacto.Olhei para trás e não havia ninguém. Absolutamente ninguém naquela calçada. Apenas eu.Corri como uma gazela para casa, me cagando de medo.Isso é uma coisa completamente inexplicável que aconteceu. Depois de muito pensar sobre o estranho episódio, comecei a me conscientizar que se o que eu vi era real, então poderia ter sido uma falha de julgamento. Eu posso ter visto um jogador de tênis que vinha passando e entrou no IPC. Quando eu olhei para trás, não havia ninguém, já que o cara estava no IPC.Mas até hoje não consegui justificar para mim o que um jogador de tênis faria naquele lugar num dia de semana depois de meia-noite.
Como eu não tenho nem nunca tive episódios de alucinação e não sou usuário de narcóticos ou nenhum medicamento que afete a percepção, cadastrei este caso -repito – absolutamente real, na categoria de casos estranhos que aconteceram comigo."
Créditos: mundogump

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